domingo, 8 de julho de 2012

O nazismo brasileiro

O regime nazista é considerado um dos piores momentos da história da humanidade. Sua ideologia racista levou à morte milhões de judeus, que eram considerados uma raça inferior, acusados de serem os responsáveis pelo declínio da Alemanha perante o Tratado de Versalhes, dentre outras coisas.

Aqui no Brasil não tivemos uma política tão racista, ignóbil e fútil. Mas tivemos uma mancha negra em nossa história: a Ditadura Militar. Esse golpe foi dado em 1964, e João Goulart, o presidente da época, foi deposto. Foram 21 anos de ditadura brasileira.

Mas nesses anos de ditadura foram cometidas inúmeras atrocidades e perseguições às pessoas que não concordavam com o regime e exigiam a instauração da democracia no país. Ocorreram muitas mortes e prisões de opositores do regime, como o caso do jornalista Vladimir Herzog. No livro “Memórias de uma Guerra Suja”, de Rogério Medeiros, que foi perseguido pelo regime, ele relata com o DOPS (Departamento de Ordem Política e Social) capturava, torturava, assassinava e praticava atentados para colocar a culpa em grupos de esquerda.

Várias famílias de desaparecidos na época nunca souberam o que realmente aconteceu. Os governos anteriores sempre omitiram essas informações, inventando que muitas delas cometeram suicídio. Claudio Guerra, ex-membro do DOPS e fonte do livro de Rogério Medeiros, disse em um trecho que muitos corpos foram levados para uma usina de cana de açucar e lá foram cremados. Alguma semelhança com o regime nazista?

Apesar de não ter levado milhões de pessoas à morte, a ditadura brasileira pode ser considerada um regime com os mesmos ideiais. Ao invés do judeu, os comunistas que eram capturados, torturados e assassinados; ao invés da SS e da Gestapo, tinha o DOPS; e nossos então presidentes da época seriam nossos “hitleres”.

A Lei de Acesso a Informação Pública, criada nesse ano, está trazendo a tona vários documentos e fotos dessa época, dando uma satisfação para a sociedade e principalmente às famílias das vítimas.

Que nosso passado cheio de absurdos gloriosos não volte, nunca mais...



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