sexta-feira, 19 de abril de 2013

Nicolás, seja maduro!

A eleição presidencial na Venezuela foi vencida por aquele que todos esperavam: Nicolás Maduro!

Nicolás Maduro era o braço direito de Hugo Chavez. Antes de ser o vice-presidente da Venezuela, ele era motorista particular de Chavez, e assim como ele, deixa a sensatez de lado em várias ocasiões, e usa de desculpas descabidas para ludibriar as pessoas, além de também usar a figura do capitalismo para justificar os erros cometidos pelo governo. Eis alguns de seus discursos:

“O cancer de Chavez foi causado pelos Estados Unidos...”

Como disse no texto “Solo tienes loco aquí em America”, para mim isso é um marasmo intelectual, totalmente desprovido de coerência! Não sei como, em pleno século XXI, ainda pode haver esse tipo de discurso, mas o que acaba sendo pior é a aceitação desses argumentos por parte da sociedade.
“De repente entrou um passarinho, pequenininho, e me deu três voltas aqui em cima (sob a cabeça). O pássaro (continuou Maduro, um pouco emocionado) parou em uma viga de madeira e começou a cantar, um assobio lindo", disse, imitando-o."Fiquei vendo-o e também cantei para ele. O passarinho me estranhou? Não. Cantou um pouquinho, deu uma volta e foi embora, e eu senti o espírito dele, de Hugo Chávez.” (discurso dado durante às eleições)
Um presidente que conversa com pássaros? Acho que se o Richard Rasmussen, apresentador do Aventura Selvagem, do SBT, se candidatasse à presidência da Venezuela, ele teria grandes chances de vencer o pleito! Usar a memória do falecido presidente para comover o povo, para mim, é oportunismo barato e um verdadeiro jogo sujo de sentimentalismo! É melhor nem comentar mais nada sobre essa citação, o conteúdo em si já diz tudo...

"Convoco o povo para lutar pacificamente, para se mobilizar em todo o país... Já chega de abusos! Estão tentando violar a maioria... convocamos (a oposição) a respeitar a vontade popular." (declaração dada após o término da eleição)

Nicolás Maduro venceu Caprilles por uma pequena margem percentual na eleição presidencial, e a diferença total foi de apenas 200.000 votos (menos de 2%). Caprilles não reconheceu a vitória do adversário e exigiu a recontagem dos votos, que lhe é um direito permitido. O chefe do judiciário da Venezuela se negou a fazer a recontagem, e disse ser impossível contar novamente os votos. Esse foi o motivo pelo qual muitos manifestantes foram às ruas venezuelanas protestar, e no confronto com a polícia, 7 pessoas morreram. Nicolás Maduro atribuiu a Caprilles a responsabilidade pela violência cometida. Tudo isso poderia ser evitado caso a recontagem fosse efetuada (isso sim é um abuso e uma violação), e essa rejeição causou uma mancha negra na democracia venezuelana (se é que de fato existe).

Por conta desse pensamento ultrapassado e um perfil longe da idoneidade, a Venezuela pode esperar, infelizmente, por dias piores. Um país rico em petróleo, que poderia estar em plena ascensão, fica completamente estagnado no tempo por conta de uma política 3I: ignorante, incapaz e insolente! O presidente eleito, na minha opinião, é maduro apenas no nome, pois não passa de um fantoche imaturo criado por Hugo Chavez. A Venezuela, por ser um país em expansão, precisa de um presidente audaz e inovador para fazê-la crescer, que atenda verdadeiramente as necessidades do povo, criando um bom plano econômico para geração de empregos, que respeite a liberdade de imprensa, a oposição, as classes sociais etc, como numa democracia de verdade, e não de lunáticos que fazem apenas o país regredir. O chavismo está fadado ao fracasso, pois a Venezuela está se tornando uma “Nova Cuba”. (se eu estiver errado, com muito prazer eu farei uma retratação)

Se Caprilles é o homem certo para a prosperidade da Venezuela, isso é outra história, e já que o povo venezuelano assim escolheu (se é que não houve alguma “mutreta”), então que assim seja! Que continuem tomando banho em 3 minutos para que não haja racionamento de água e energia! Afinal, a sina do ser humano não é aprender com os próprios erros?

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Uma triste metáfora...

Imagine um estado brasileiro... O Mato Grosso, por exemplo. Imagine que lá o povo tem uma religião diferente dos demais estados do Brasil. Imagine também que, por serem uma exceção nesse aspecto, sofreram e sofrem todo tipo de perseguição e preconceito do resto do país, e até do mundo.

Em suas escrituras, é relatado que esse povo foi capturado e escravizado por outros povos da América Latina e Central, e permaneceram assim por longas décadas, até que, em uma revolta dos escravos, liderados por um homem conhecido como “o escolhido por Deus”, se libertaram e peregrinaram rumo a “terra prometida”. Apesar de sua religião ser centralizada no Mato Grosso, existem milhares deles espalhados pelo Brasil, América e mundo afora.

Agora, imaginemos um país... A Argentina, por exemplo. Imagine que ela resolve atribuir aos mato-grossenses que residem lá toda a desgraça político-econômica que ocorre no país. Um partido argentino, chamado de “nacionalista”, culpa os parlamentares de origem mato-grossense de terem se entregado facilmente em uma guerra passada, onde foram impostas várias sanções e condições que afetaram e muito o desenvolvimento do país. Quando esse partido assume o poder, o presidente desencadeia uma terrível perseguição aos mato-grossenses, colocando-os em campos de concentração, forçando-os ao trabalho escravo e dizimando milhões deles. Essa crueldade culminou com uma guerra mundial, onde a Argentina acabou sendo derrotada.

Após esse fato (um dos mais tristes da história) a ONU, encabeçada pelos EUA, pressiona o Brasil para que se crie o Estado do Mato Grosso (um país independente). Depois de muita discussão, a criação do país Mato Grosso é aprovada, porém, o território dado parece ser insuficiente para o contingente de pessoas que lá existem. Isso se deve por conta da migração de mato-grossenses do mundo inteiro, que estão voltando para sua terra natal e lá querem se estabelecer. Assim, os EUA resolvem pedir ao Brasil que seja cedido uma parte maior do seu território para o Mato Grosso. O Brasil se recusa, e assim o Mato Grosso, com o apoio dos EUA, começa uma invasão para tomada de parte do território brasileiro.

Com poderio bélico e militar bastante inferior, o Brasil vai sucumbindo ao avanço das tropas mato-grossenses e americanas, e a derrota é iminente. Muitas mulheres e crianças brasileiras acabam sendo torturadas e mortas nos confrontos. Ao final desta guerra, o Mato Grosso acaba ficando com 55% do território, e o Brasil, com 45%. Desde então, Mato Grosso e Brasil vivem em guerra, e um acordo de paz entre ambos é uma hipótese totalmente descartada...

Assim, surge um dilema: a vítima de outrora é o algoz agora, e faz-se valer de injustiças passadas para justificar seus atos desumanos e cruéis contra um outro povo. Será mesmo que um erro pode justificar outro?

Essa triste metáfora retrata a realidade de Israel (Mato Grosso) e Palestina (Brasil)...