segunda-feira, 26 de maio de 2014

Os piolhos que mudaram a história da literatura!

Era uma vez um homem comum, chamado John. Ele nasceu no Estado Livre de Orange (atual África do Sul), em 1892. Aos três anos de idade, mudou-se para a Inglaterra.

Em 1914, um fato ocorrido em Sarajevo, na Sérvia, mudaria totalmente sua vida. O assassinato do príncipe austro-húngaro Francisco Fernando desencadeou a Primeira Guerra Mundial. Em 1916, John, que estava com 24 anos, teve que ir à guerra lutar pela Inglaterra, que fazia parte da Tríplice Entente (formado também pela França e Rússia).

Assim John teve que ver e sentir todos os horrores de uma guerra. A Primeira Guerra Mundial ficou marcada pelas trincheiras, enormes valas que eram cavadas no chão, formando as bases militares. Os soldados que combateram nesta guerra tinham que dormir nas trincheiras, independente da condição climática. Ou seja, se não chovesse, dormiam ao relento, uns apoiados nos outros, e se chovesse, a mesma coisa, sendo que a única diferença é que ficavam totalmente encharcados no meio da lama!

A consequência das condições precárias em que John e os soldados britânicos se encontravam foi o surgimento de várias doenças no pelotão. Dentre elas, uma infestação de piolhos, que trouxe inúmeras baixas às forças inglesas. Não bastassem as picadas e coceiras, os piolhos transmitiam uma bactéria aos soldados, chamada Bartonella Quintana. A doença transmitida pela bactéria através do piolho causava febre alta, tonturas e dores terríveis por todo o corpo. A moléstia ficou conhecida como a “febre da trincheira”.

John também foi infectado, e ao ser diagnosticado com uma febre de 40°, retornou à Inglaterra, sem precisar voltar ao campo de batalha. Depois disso, tornou-se um importante acadêmico e escritor.

John Ronald Reuel Tolkien, mais conhecido como J. R. R. Tolkien, criador do Hobbit e do Senhor dos Anéis! Poderia ter morrido em uma trincheira na Grande Guerra, mas quis o destino que alguns piolhos infestassem sua cabeça...