Ayrton Senna da Silva, tricampeão
mundial de F1. Nasceu em 1960, e faleceu em 1994, num acidente no circuito de
Ímola, na Itália. Um dos maiores nomes do esporte brasileiro, exemplo de
superação, garra, perseverança e fé. Seu exemplo é sempre usado em palestras
sobre motivação e afins. Mas esse texto não visa contar sua trajetória
vitoriosa, e sim, sobre seu ultimo ano na F1...
Em 93, Alain Prost, da Williams (maior rival de Senna) foi campeão mundial e Ayrton, com a McLaren, foi o vice. Com a aposentadoria de Prost, Senna foi contratado pela equipe Williams para ser o próximo campeão pela escuderia (Nigel Mansell havia vencido o mundial de 92). A Williams era o sonho de Ayrton Senna, pois era o melhor carro da época, e 94 parecia ser um ano vitorioso para ele. Parecia...
O que ajudou (e muito) a Williams em suas conquistas anteriores foi a tecnologia. Com a suspensão ativa, o controle de tração e os freios ABS, não havia necessidade de o piloto fazer muito esforço para um maior rendimento do carro; bastava ele acelerar. A Williams voava nas pistas. Mas nesse ocorreu a proibição dos recursos eletrônicos usados nos carros da F1, e isso afetou e muito o desempenho da Williams de Ayrton Senna.
Nas três primeiras corridas, por problemas mecânicos e um acidente com Mikka Hakkinen, Ayrton não completou as provas, e Michael Schumacher, da Benneton, venceu todas, abrindo uma enorme diferença no campeonato. No documentário SENNA, de 2010, ele mostrava-se totalmente inconformado com o fato da Benneton deixar a Williams “na poeira”. Ele desconfiava que, de alguma forma, a Benneton estava infringindo as normas da FIA, e que estavam usando recursos eletrônicos nos carros para esse desempenho extraordinário (que mais tarde foi confirmado). Os engenheiros da Williams não conseguiam acertar o carro, e isso também estava irritando Ayrton Senna. Era visível seu descontentamento. Então veio a prova de Ímola, e com ela, tragédias que marcariam para sempre a F1...
No treino de 6ª feira, Rubens Barrichello, o nosso Rubinho, sofreu um acidente espetacular: sua Jordan passou pela chicane e voou, literalmente, contra a proteção dos pneus. Uma imagem chocante, mas Rubinho não sofreu nada além de ferimentos leves. No treino de sábado, o austríaco Roland Ratzenberger, da equipe Simtek, bateu violentamente numa curva, e depois de alguns minutos, morre a caminho do hospital. Um dia muito triste para a F1. Mas infelizmente, ao invés do luto pela morte do piloto, no outro dia, vem a corrida de Ímola...
Senna não queria correr. Ele estava totalmente abatido e nervoso pelo que havia acontecido com o companheiro, e deixou claro para Frank Williams que não queria correr nessa prova (parecia prever o que aconteceria). Mas como um profissional extremamente ético, ele entrou no carro, infelizmente, para sua ultima corrida. Na famosa curva “Tamburello”, Senna perdeu o controle de sua Williams e chocou-se forte contra o muro. Senna foi socorrido pelo cirurgião e amigo Sidney Watkins, mas infelizmente, seus esforços foram em vão... Eis a frase do Dr. Watkins:
“Ele estava sereno. Eu levantei suas pálpebras e estava claro, por suas pupilas, que ele teve um ferimento maciço no cérebro. Nós o tiramos do cockpit e o pusemos no chão. Embora eu seja totalmente agnóstico, eu senti sua alma partir nesse momento”.
O que quero dizer com essa história é que a morte de Ayrton foi um divisor de águas. Depois desse acidente, houve uma preocupação maior com a segurança da F1. Além do desenvolvimento para a potência do carro, as equipes tiveram que desenvolver um sistema eficiente e eficaz de segurança, para que não aconteça nada de mais grave com os pilotos. Esse sistema é assim até hoje, e desde então, não houve nenhum acidente de tal gravidade na F1.
Parece uma coisa divina, afinal, deu sua vida para que houvesse melhorias significativas e necessárias na F1. Se hoje vemos uma F1 totalmente segura, sem nenhum risco à vida dos pilotos, é graças ao acidente que o vitimou. Ayrton sempre será lembrado por todos nós, e apesar dos domingos não serem os mesmos, vejo em cada prova realizada o legado deixado por ele...
Valeu Ayrton Senna, do Brasil!
Link do filme Senna
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