terça-feira, 19 de março de 2013

A linha tênue da democracia brasileira

"Tênue” é sinônimo de “frágil”, e “democracia” significa “termos livre escolha política e liberdade de expressão”.  E por que a linha da democracia brasileira é tênue, ou seja, frágil?

Todo brasileiro, por ter direito à liberdade de expressão, pode protestar contra qualquer coisa que não lhe agrade, e esse protesto pode ser feito de várias formas (manifesto, imprensa, redes sociais etc), e pode ser feito individualmente ou em grupo (sindicato, movimento estudantil etc). Contudo, o que percebemos em alguns protestos é que os manifestantes ultrapassam a linha tênue deste contexto, fazendo com que as manifestações acarretem atos de vandalismos, seguidas de ações de violência e de depravação em alguns casos, tornando isso um caso de polícia. Isso não condiz com o conceito de DEMOCRACIA!

O manifesto ocorre para mostrar descontentamento de alguém ou de uma classe, e o objetivo principal é buscar um diálogo para um entendimento entre as partes envolvidas, mas com o comportamento hostil e ânimos exaltados de algumas pessoas, fica praticamente impossível haver algum acordo. Estamos cansados de ver na TV, nos jornais e nas revistas o desfecho desses protestos, que não passam de verdadeiras balbúrdias. Esse tipo de situação está longe de ser algo civilizado!

Um caso mais recente e de grande repercussão foi na visita da cubana Yoani Sanchez ao Brasil. Ela veio com o intuito de participar de encontros e de divulgar o documentário Conexão Cuba-Honduras, a convite do cineasta Dado Galvão, que foi quem produziu o filme. Mas no dia do evento, ela foi recebida por manifestantes pró-Cuba, que não contentes em apenas mostrar cartazes de reprovação contra ela, também ofenderam-na e obrigaram os organizadores a cancelar a exibição do filme. Não bastasse isso, alguns membros do PT fizeram um dossiê difamatório contra Yoani, que acabou não sendo divulgado por denuncia da imprensa (Revista Veja).

Por mais que os protestos sejam justos, a linha tênue entre a democracia e a anarquia deve ser preservada e nunca deve ser rompida. Afinal, quem quer manter a ordem, e quem quer criar desordem?


sexta-feira, 8 de março de 2013

Sólo tienes locos aquí en América!

Ser americano, especificamente latino, é ter na alma, mesmo em pequenas proporções, tendências revolucionárias. Parece uma coisa congênita: a criança cresce, torna-se um adolescente rebelde; começa a se interessar por líderes revolucionários, principalmente Che Guevara, comprando camisas e quadros dele; torna-se um militante de esquerda; venera o socialismo e “demoniza” o capitalismo, os Estados Unidos etc. Claro, há exceções (muitas, por sinal)...

Uma das principais características desses latino-americanos é ter em Cuba o seu paraíso, um modelo a seguir, reverenciando Fidel Castro como o eterno revolucionário, salvador de Cuba e da América! Quanta utopia, e usando uma estrofe de uma música de Belchior, eu digo que “ao vivo é muito diferente, quero dizer, ao vivo é muito pior”.

A história nos mostra os fracassos dos países comunistas,  pois seu regime de “igualdade” para todos acaba sempre se tornando uma ditadura, onde a ganância dos líderes comunistas sempre acaba se sobrepondo às necessidades do povo e da nação, gerando muita desigualdade e pobreza descomunal. Isso sem mencionar a censura à imprensa, a perseguição religiosa e política, opressão aos opositores e tudo mais.

Aqui na América Latina, o mais emblemático líder de esquerda dos ultimos anos foi Hugo Chavez, mas vale ressaltar que Cristina Kirchner, Evo Morales, Rafael Correa e Lula são simpatizantes do comunismo. Uma coisa em comum que vemos nesses líderes é a tentativa constante de calar a imprensa. Apesar de Dilma (discípula de Lula), ter dito que prefere o “barulho da imprensa ao silêncio da ditadura”, sabemos que muitos petistas tentaram fazer com que a imprensa se calasse (através do Órgão Regulador da Imprensa), mas não conseguiram por pressão da opinião pública e da própria imprensa. Na Argentina, Cristina Kirchner fez uma coisa semelhante, travando uma árdua batalha com o jornal El Clarín, e também tomou antigas estatais que foram privatizadas, além de querer, novamente, fazer com que as Ilhas Malvinas se tornassem território argentino (assunto para outro texto). Na Venezuela, Hugo Chavez fez o mesmo e mais um pouco: golpe de estado fracassado, promoveu a censura, alterou a constituição, entrou em atrito com líderes mundiais, ficou por quase 20 anos no poder etc, e como consequência de sua política, uma enorme crise assola a Venezuela, e agora, com sua morte, existe a probabilidade de um caos político ser instaurado no país. 

Outra coisa bastante comum nos discursos desses “revolucionários” é de que a culpa de todo o mal existente no mundo é do capitalismo. Sempre atribuem a ele os seus fracassos, usando, às vezes, teorias conspiratórias para tentar justificar sua incompetência, dizendo que a imprensa difunde mentiras para denegrir a imagem do governo, que os países ricos não querem a prosperidade de países pobres etc. No dia da morte de Hugo Chavez, o vice presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, disse que os Estados Unidos são responsáveis pelo cancer do ex-presidente. Em breve alegarão que até alienígenas estão fazendo um complô contra eles. Quanto marasmo intelectual...

Sí amigos, vivemos num continente revolucionário, de “sonhadores” na verdade, pois é como dizem: o comunismo é esplendido no papel, mas na prática não funciona. Com o tempo é que percebemos isso... Muita gente vai falar da China, um país comunista, que com certeza irá se tornar a maior potência do mundo daqui alguns anos. Não se esqueçam do trabalho escravo que existe lá, e que também a URSS era uma grande potência, e mesmo assim sucumbiu...

É claro que os ideais comunistas foram distorcidos por seus seguidores. Quando Karl Marx disse que a religião era o ópio do povo, ele não mandou fechar igrejas, perseguir e matar religiosos, como Stalin e Lenin o fizeram. Em suma, é possível que algum dia apareça um líder comunista com espírito de justiça e igualdade social que todos esperam, mas uma coisa é certa: esse líder não existe na América Latina de hoje...