A vida de Chris Gardner, retratada no filme “À Procura da Felicidade”,
é realmente muito emocionante. Ele morava com a mulher e filho em uma casa de
aluguel, e num belo dia, resolveu investir suas economias para comprar uma
remessa de scanners portáteis de ossos para revender. O tiro saiu pela culatra,
e Chris Gardner teve um enorme prejuízo, ficando na miséria, sem dinheiro para
sustento da família e sem dinheiro para o aluguel.
Assim, sua mulher o deixou, e seu filho, o pequeno
Christopher, de apenas 5 anos de idade, ficou sob sua guarda. Chris Gardner era
um homem fadado ao fracasso, sério candidato à criminalidade e aos becos das
ruas. Certo dia viu um homem estacionar sua Ferrari na rua, e impressionado com
aquilo, perguntou a ele:
- O que você faz? E como você faz?
O homem respondeu que era um corretor de valores. Naquele
momento, Chris
Gardner decidiu que iria ser um corretor! Porém, ele teria
que passar por um estágio na corretora e sem remuneração, além de ser muito concorrido.
A corretora contratava apenas uma pessoa a cada seis meses, em média. Como não
tinha casa, dormia em albergues para mendigos, quando conseguia vaga. Chegou a
dormir em banheiros públicos e em estações de metrô com seu filho. Apesar
disso, não desistiu do seu sonho, e sempre dizia ao pequeno Christopher que
dias melhores viriam.
Depois de muito tempo estagiando na corretora, em uma
correria fora do normal, Chris Gardner foi chamado à sala do chefe, e recebeu a tão esperada
notícia de que seria contratado pela corretora. Finalmente ele havia encontrado
sua FELICIDADE.
Foi
assim que me senti no dia 3/10/13...
Porém,
minha história é totalmente diferente. Tenho uma esposa maravilhosa que me ama
e que nunca me abandonaria por conta de dificuldades financeiras, além de termos
uma casa própria, apesar de simples, e também um carro popular 2003. E ambos
trabalhamos para dar o melhor ao nosso pequeno Pietro, hoje, com 4 anos de
idade. Em suma, se Chris Gardner me
visse, ele diria: “Cara, você está no céu”.
A
semelhança que me refiro e que me fez pensar na situação dele foi o exato
momento em que ele recebeu a notícia de sua contratação. Ele simplesmente ficou
atônito, e não sabia se chorava, se sorria, se abraçava seu chefe, se simplesmente
agradecia, ou com um aperto de mãos, ou com palavras, enfim. Ao sair da corretora,
parece que o mundo parou aquele instante, que era só dele, dentre bilhões de pessoas no mundo.
No
meu caso, quando fui ao RH do meu local de trabalho levar um documento que
faltava, e a mocinha simpática disse que a nomeação para minha promoção saíria
naquele dia, eu me senti como Chris Gardner. Agradeci a mocinha, com expressa
felicidade em minha face, mas ao sair de lá, lembrei-me do filme “À Procura da Felicidade”,
e de todas a dificuldades que passei para chegar até ali, que foram muitas.
Com
esse “flashback” em mente, foi impossível descer a rampa sem chorar. Da forma
como aconteceu com Chris Gardner, foi a mesma coisa comigo: aquele momento, por
volta das 09:10 da manhã, foi reservado inteiramente pra mim! Com os olhos
lacrimejantes, me lembrando de tudo o que aconteceu para chegar onde cheguei, eu só
consegui dizer duas palavras: OBRIGADO DEUS!
Aos
meus amigos, parentes, e em especial, à minha mulher Tati e meu filho Pietro,
muito obrigado por tudo! Sem a confiança de vocês, eu não conseguiria.
Bem, depois que Chris Gardner venceu na vida, ele comprou a Ferrari de Michal Jordan. Eu pretendo ficar com o meu Palio 2003 mesmo...
Quem não assistiu esse filme, aproveite! Tem no Youtube: À Procura da Felicidade